Neste artigo será abordada a lógica de intervenção clínica com o uso da dessensibilização sistemática, uma técnica comportamental que foi detalhada pelo terapeuta sul-africano Joseph Wolpe (20/04/1915 – 04/12/1998) e que pode ser muito útil na atividade clínica do Acompanhamento Terapêutico (AT).
Conforme Kaplan e Sadock, no livro Compêndio de Psiquiatria (2003), esse importante recurso clínico está pautado no princípio do contracondicionamento.
Nessa lógica da dessensibilização sistemática, há o entendimento de que o paciente pode superar a alteração psicológica (como a ansiedade gerada por uma situação ou objeto) realizando determinados procedimentos antes, durante e até depois do contato com o elemento gerador do desconforto.
Por exemplo, há aproximação gradual das situações temidas em conjunto com uso de técnicas que reduzam a ansiedade e o medo.
Acompanhamento Terapêutico e dessensibilização sistemática no tratamento da ansiedade, do medo e da fobia
Na dessensibilização sistemática o paciente aprende como induzir o seu próprio relaxamento psicológico (mesmo sem remédios).
Após assimilar e testar a efetividade do relaxamento, é criada uma lista de situações, objetos, animais, pessoas, coisas que geram o desconforto a ser minimizado ou até anulado.
A lista é criada em ordem hierárquica, do elemento com menor poder gerador de desconforto (exemplo: imaginar, ver um desenho ou uma foto) até o mais “danoso” (contato próximo, exposição local visual, tátil, etc.).
Durante essa exposição gradual e controlada, o paciente é acompanhado no processo de gerar o seu contínuo relaxamento psicofisiológico.
Com isso, o paciente pode viver a experiência de sentir o controle e o relaxamento do encontro com o que é temido. Pois, a ansiedade excessiva é atacada pelo relaxamento induzido, provocando a inibição recíproca.
Acompanhamento Terapêutico e dessensibilização sistemática no tratamento da ansiedade, do medo e da fobia
O uso em associado da terapia cognitiva comportamental (TCC) com o Acompanhamento Terapêutico (AT), com atividades cotidianas de enfrentamento gradual dos medos pode ter efeito clínico muito bom, com resultados iniciais relativamente rápidos (na mesma semana das exposições) e de longo prazo.
Resumindo, a dessensibilização sistemática tem três fases:
1) Treino de relaxamento psicofisiológico;
2) Lista hierárquica dos geradores do desconforto e…
3) Aproximação hierárquica e gradual dos indutores de alterações emocionais em conjunto com técnicas efetivas (já testadas e assimiladas pelo paciente) de relaxamento.
Espero que este rápido conteúdo tenha o efeito de abrir novos caminhos de reflexão e intervenção!
Té +!
Autor: Psicólogo Alex Tavares, mestre em Psicologia (UFRGS). Para fazer supervisão presencial e/ou on-line em Acompanhamento Terapêutico, Psicologia e Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) clique aqui. Para fazer o curso grátis de introdução ao Acompanhamento Terapêutico (AT) entre aqui.
Tags:ansiedade, fobia, medo